Não é novidade que o audiovisual retrate aspectos da cultura country. Uma dessas produções, “Nashville”, foi transmitida por um canal de TV a cabo antes sequer de os serviços de streaming chegarem ao Brasil. Já a presença de pessoas negras nesta cena é bem menos comum. Mais recentemente, a série “Da África aos Estados Unidos” fala sobre como a palavra ‘cowboy’ é originalmente uma referência a homens negros e mostra até um museu feito por iniciativa civil. Mickey Guyton é uma das artistas que estão tentando mudar o silenciamento de pessoas negras.
Mickey Guyton
Mickey Guyton é cantora, compositora, já foi indicada ao Grammy, é mãe e se recusa a ficar calada. Mas nem sempre foi assim.
Ela conta que sua carreira enquanto cantora de country music não estava indo bem e um dia ela questionou o motivo ao marido. Sua resposta foi que ela estava fugindo de tudo que a tornava única.
Desde então, Guyton percebeu a importância de se posicionar enquanto a mulher negra que é, a música que escolheu cantar e outras de suas experiências de vida. Foi assim que escreveu “Black Like Me” (Negra Como Eu, em tradução livre).
O country em sua vida
Guyton assinou seu primeiro contrato com a Capitol Records Nashville em 2015 e, desde então, foi indicada a diversas premiações.
Ainda assim, ela lembra que, em uma das apresentações do Grammy (para o qual ela também já foi indicada), ela percebeu que estava em uma situação em que precisava usar seu corpo para chamar a atenção de um executivo de um streaming de música e que aquilo só estava acontecendo por ela ser mulher.
Esse acontecimento lhe causou reflexão. Apesar de suas grandes inspirações terem sido mulheres como Whitney Houston e Dolly Parton, Mickey começou a pensar sobre o tratamento que as mulheres recebiam em Nashville e na música country de modo geral.
Foi assim que se uniu às canadenses Victoria Banks, Emma-Lee e Karen Kosowski para escrever “What are you gonna tell her?” (O que você vai dizer a ela, em tradução livre) em resposta a esse evento, mas como forma de protesto em uma indústria machista e racista.
Experiências
Guyton conta que sempre soube que era negra e que este seria um desafio nos Estados Unidos.
Ela conta que, apesar de ter se mudado muitas vezes com os pais quando era criança, se lembra de ser estudado em colégios particulares na infância porque as escolas públicas disseram abertamente que não aceitariam uma aluna negra.
Por ser compositora, suas músicas carregam consigo profundidade e conhecimento de causa em forma de canção.
Para saber mais sobre a carreira de Mickey Guyton ou para acompanhar sua discografia, siga seu perfil no Instagram ou ainda pelo YouTube.